sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Seja a mudança que você espera ver no mundo

Começo esse post com uma das mais célebres frases de Gandhi - exemplo de ser humano, referência de ahinsa (para quem não sabe, é o amor ágape!) e generosidade -, porque não dá para passar a semana sem comentar a loucura que se tem sabido ocorrer no Rio de Janeiro.

Confesso que, mesmo sendo jornalista, há muito tomei uma decisão pessoal de não assistir noticiários ou ler jornais. No entanto, ao entrar em qualquer home page na internet, não tem como escapar das manchetes e entrar em comoção pelo sofrimento alheio.

É fácil falar de Gandhi, esse ser tão evoluído e propagador da não-violência, a quem admiro há muito tempo. Leonardo Bandeira, carioca da gema, amigo querido e irmão de coração, foi quem apresentou os pensamentos de Gandhi para mim, em 2007 - ano em que fizemos a primeira campanha de endomarketing em celebração ao Dia da Não-violência, na empresa em que trabalho.

Com o passar dos anos, fui me envolvendo cada vez mais com essa linha de pensamento e de atitude, pois me identifico com a importância de se amar sem esperar retorno, de se propagar a paz mesmo a quem provoca o ódio. Não vou negar que tenho dificuldades mil e diárias de não sentir raiva em meu coração ou não mandar pra aquele lugar os engraçadinhos e espertalhões da vida. Mas faz parte de tudo, afinal de contas. Faz parte do crescimento, do amadurecimento, da evolução humana.

Ao ler as tristes notícias do Rio de Janeiro, não tem como evitar o pensamento de que tudo aquilo é resultado da falta de amor. Do amor que vem do seio materno, da raíz da família, da tolerância da sociedade, da ausência de amor próprio, da ética e dos valores pessoais.

Não tenho dúvida de que é muito mais simples se criticar tudo aquilo - inclusive a polícia e o Governo - e fingir que não se tem nada com isso. Mas venho até aqui convidar você, amigo meu e que acompanha o meu blog, a olhar para essa situação de violência com olhos cheios de amor. Olhos cheios de tolerância, de que todo mundo merece uma chance, merece ser tolerado por ser diferente, merece enxergar em você uma esperança de vida melhor.

Tenho bastante consciência de que pouco posso fazer pela humanidade - mas muito por mim e ao meu redor! -, mas sei que posso vigiar meus impulsos violentos (mesmo os meros pensamentos) e tratar bem a lerda da manicure, pois não foi ela que marcou três pessoas para o mesmo horário. Que posso ser gentil com o atendente da loja, que ouve horrores da louca da mulher que dá o cartão de crédito e não quer apresentar o documento. A segurança é para quem, ô cara pálida?

Sei que posso ser mais tolerante com o meu filho, que me enrola aos montes todas as manhãs e me ajuda a perder o horário que eu mesma perco, mas sei que é porque ele quer aproveitar a minha presença. Eu sei, gente, de verdade, que posso controlar a raiva das situações que não concordo, que posso manejar o MEU jeito de sentir frente às pessoas que conduzem a vida de um jeito diferente do meu.

Não tenho a menor pretensão de ser Gandhi ou Madre Tereza de Calcutá, mas tenho o compromisso comigo de ser alguém melhor, uma referência para o meu filho e uma inspiração para a minha equipe. É verdade que erro muito e diariamente, mas meu propósito de ser o amor nos olhos de quem me vê continua de pé!

Um beijo meu e paz no Rio de Janeiro!

"O ahimsa (amor) não é somente um estado negativo que consiste em não fazer o mal, mas também um estado positivo que consiste em amar, em fazer o bem a todos, inclusive a quem faz o mal." - Mahatma Gandhi (1869-1948)

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