quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Opções e escolhas

Houve um tempo em minha vida em que eu acreditava que as situações que eu vivia eram resultado do destino ou dos outros. Eram "coisas" que eu precisava viver, porque era assim e pronto. O que acontecia de ruim era culpa dos outros, claro! Do sol, da chuva, da lua, da minha mãe, do cara tonto que eu gostava, do chefe não tão legal que eu tinha, daquela bisca que adorava me boicotar... Tudo era culpa de todo mundo, menos minha. Óbvio, uma vez que eu era "tão boa, bacana e vítima do mundo todo". All crap!

E sabe o que é engraçado? Quando a gente aponta um dedo para alguém, tem outros quatro apontados para si mesmo. Repara só!

Falo desse assunto hoje, porque a vida tem me mostrado - já há algum tempo, graças! - claramente que tudo é fruto de nossas próprias escolhas. Se elas são as melhores, só tentando para saber. Mas não dá para julgar que sejam as certas ou as erradas. Isso é totalmente relativo. Erradas para quem, cara pálida? E é assim mesmo que tenho conduzido meus dias, nos últimos anos: percebendo que tudo o que eu vivo, experimento e sinto é resultado das escolhas (in)conscientes que EU faço. Eu escolhi ser mãe, embora não soubesse que aconteceria antes do que eu previa. Mas a verdade: eu me sentia - e estava - pronta! E veio o Lucca, que é a luz da minha existência, é a benção diária que recebo de Deus, é um anjo no sentido mais amplo da palavra. Ele traz luminosidade para a minha vida e nem sabe disso, o que é ainda melhor.

(Não repara que vou conectando e desconectando minha linha de pensamento o tempo todo. Tô escrevendo totalmente a mão livre e não vou me furtar de ser genuína aqui...)

A chegada do Lucca representou para mim uma virada que nem de longe eu imaginava. Num primeiro momento, afundei e me perdi. Era muita coisa nova para alguém que, na época, era bem avessa a mudanças não-previstas. Levei quase cinco anos para entender que meu filho tem absolutamente tudo a ver com um dos meus maiores propósitos de vida: servir. Todos os dias, o Lucca me ensina a arte de servir pelo amor filial - e se eu evoluir bastante nessa vida, talvez consiga atingir o nível de amor ágape também (torçam por mim!).

Ao mesmo tempo em que assumir as escolhas e conseqüências traz uma responsabilidade danada (e um medo enorme!), esta atitude traz consigo esperança, força, rédea. Deixo de ser o cavalo conduzido e passo a ser cocheiro da minha vida. Com a ajuda de Deus, de algo de divino, tenho a capacidade de conduzir minha vida e a energia que emprego em cada aspecto dela da maneira mais consciente e competente possível.

É um movimento tão louco que, ao mesmo tempo que dá um medo absurdo, traz alívio. Alívio de não me sentir tão na mão dos outros. De saber que posso dizer "Não quero mais brincar disso", recolher as minhas bonecas e voltar para casa. Ter consciência das minhas escolhas me trouxe responsabilidade. A conseqüência disso? Maturidade. Experimenta só pra você ver!

Um beijo meu!

5 comentários:

  1. É minha amiga, nós somos o resultado das nossas escolhas. Tudo parece óbvio, mas chegar a esta conclusão demora e demonstra maturidade da nossa parte, eu estou quase lá. Hoje, você é essa mulher única por ter vivido tudo que viveu. E sabe o que é bom, é que sou fruto das minhas escolhas também, e uma das melhores escolhas que eu fiz foi ter ouvido vc em quase todas as decisões que tomei nos últimos anos. Te amo e amei seu post.

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  2. oh, minha pupila querida. que bom saber disso. quando vejo seus esforços - mesmo que às vezes pequenos e espaçados - para superar seus medos e seguir em frente, percebo seu amadurecimento...

    também te amo muito e espero que você não fique dentro daquela caixinha por muito tempo. preciso de você. :)

    um beijo.

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  3. Amei Ana, voce eh uma vencedora e uma pessoa maravilhosa. Sempre que olho nossas fotos de 7 anos atras relembro o tempo em que achavamos que eramos muito espertas e maduras e na verdade nos nao passavamos de criancas brincando de ser gente grande, com muito a ser aprendido nessa vida. Mas que aquele ano foi divertido, isso foi...
    Beijao

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  4. É, minha amiga amada... Vc tem toda razão! Éramos crianças e nem sabíamos quão de gente grande eram nossas brincadeiras. Mas também nos divertimos muito, conhecemos pessoas bacanas como nossa turma de brasileiros e demos outro rumo a nossa vida. Deus foi e é muito generoso conosco. Tão generoso que Nos colocou juntas no programa, nos deu boas 'host families' e ainda duas amigas incríveis feito Mirella e Vanessa. Saudade grande de nós quatro juntas: o quarteto fantástico!!! :)

    Vou te mandar um email...

    Obrigada por vir aqui e fazer parte da minha história.

    Te amo muito, Mari.

    Beijo enorme. x)

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  5. Ai Ana, só muuuuitas horas de conversa para trocarmos tantas experiências de vida... o bom, é que no final, por mais penoso que algumas coisas tenham sido, acho tudo incrível e fantástico! Vejo que com você também foi assim, é assim...
    Fico feliz!!!!!!!!!!!

    Grande beijo!

    Admirações...

    Ana Lú

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