Eu jamais conseguiria colocar em palavras o que me causou toda a ausência de você nesses mais de oito anos. É pedir demais. Nada que eu diga ou que eu faça seria capaz de demonstrar todo o sentimento e toda a importância que você e tudo ao seu redor sempre tiveram para mim.
Mas eu não sei o que acontece com a gente. Não sei porque nós, seres humanos, temos essa péssima capacidade de tornar algo bonito e próspero em algo que não cabe mais. Em algo que machuca, que magoa, que deixa aquele gosto amargo na boca. E tudo o que a gente tinha de melhor se perdeu no meio do caminho. E que falta eu sinto dos dias idos, das frases trocadas, dos sorrisos no meio da noite, dos banhos juntos, de suas covinhas e sardas no rosto.

Quando vejo uma fotografia sua, lembro de cada detalhe dos seus braços – mesmo com a tatuagem que não é do meu tempo, mas que sei bem do significado que tem para você -, de suas mãos, de seu rosto, seu cabelo tão curtinho, aquela barba bem feita e o som da sua voz. Ah, o som da sua voz.... era um som que chegava diretamente ao mais profundo da minha alma, sem pedir passagem ou fazer escalas. Simplesmente chegava.

Eu sinto muito. Sinto por você e por mim. Sinto pelo amor que tínhamos um pelo outro. Sinto pelos dias idos e sinto muito pela nossa falta de capacidade, individual e conjunta, de não conseguir amar mais ninguém.
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